Publicado em 30/10/2019 às 14:54, Atualizado em 15/09/2020 às 17:44

1ª moradora do Lote Urbanizado esperou 12 anos para realizar sonho de ter a casa própria

Maria já está residindo na localidade onde estão sendo construídas mais 50 unidades através da modalidade habitacional viabilizada pela parceria entre Governo do Estado, Prefeitura e moradores

Karina Souza, Assessoria de Comunicação da Prefeitura
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Maria Cristiane foi a 1ª moradora do Lote Urbanizado, esperou 12 anos para realizar sonho de ter a casa própria (Fotos: Karina Souza)

A diarista, Maria Cristiane Vargas (36), foi a primeira beneficiária do programa Lote Urbanizado a concluir as obras da sua casa própria. Da base de concreto até a pintura do imóvel foram seis meses de obras. Com a ajuda do marido, ela conta que conseguiu cuidar de cada detalhe: os tijolos, o telhado, as instalações elétricas e hidráulicas, piso até a escolha da cor das paredes do jeitinho que sonhou.

De acordo com Maria, foram seis meses de muito esforço e dedicação, durante a semana ela e seu marido trabalhavam para pagar as contas, já nos finais de semana trabalhavam em sua tão sonhada moradia, cada sábado era uma batalha, cada etapa ela ficava mais perto de se realizar.

A construção foi feita aos finais de semana pelo marido com o auxílio de Maria, e algumas pessoas contribuíram em alguns estágios da construção. Durante os meses tudo foi se encaixando, Maria fez um empréstimo bancário, fez um cartão de crédito, abriu conta na loja de materiais de construção e recebeu R$ 4.000,00 da sua mãe, que vendeu a casa e ajudou dando uma parte a ela, dinheiro que conforme Maria veio em uma hora boa, porque a família iria financiar o telhado, com o dinheiro entrando isso não foi preciso.

Parabenizando o projeto Maria conta que ficou 12 anos na fila de espera do setor de Habitação do Município. “O projeto foi muito bom pra mim, porque estou a 12 anos cadastrada na habitação e eu não conseguia, porque você tinha que se encaixar no perfil, ter uma quantidade de filhos, já esse projeto não tinha tanta burocracia, você só tinha que provar que teria condições de construir”.

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Divulgação

Para quem já estava 12 anos esperando, Maria não criou tanta esperança quando se cadastrou no projeto. “Eu fui na habitação e me cadastrei, eu nem sabia direito como iria funcionar, depois eu esqueci e fui tocar a vida. Até que um dia eu recebi uma ligação da habitação para comparecer ao local, quando cheguei lá me contaram que por conta de que algumas pessoas foram desistindo eu tinha sido umas das contempladas, eu tinha que provar que eu tinha condições de terminar a casa, então eu corri atrás, batalhei e consegui”.

Foi nessa hora que a moradora aproveitou para se organizar, enquanto a equipe da Coordenadoria de Habitação estava tendo reuniões para liberar a obra, ela se planejou para começar a comprar os materiais, em 4 meses conseguiu pagar a primeira etapa, os tijolos e os cimentos, depois levou a cartilha da casa para o patrão do marido, que já tem experiência em obras, para que fizessem o orçamento do que iriam precisar.

“No começo eu me assustei, eu falei meu Deus, eu acho que não vou dar conta, deu aquele choque, é muita coisa, e quando eu descobri que iria gastar de R$ 20 a 24 mil reais eu pensei da onde eu vou tirar esse dinheiro? Depois tudo foi se ajeitando, Deus foi maravilhoso comigo, foi abrindo portas”.

Cada etapa Maria ficava ansiosa para terminar a obra, todos os finais de semana ela chegava mais perto do seu sonho, foi quando ela decidiu ir atrás para colocar luz no local, para assim trabalharem até mais tarde.

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“Comecei a ir na habitação, ir na prefeitura e pedi para colocar luz, falei vamos ajudar lá porque ai a gente pode trabalhar um pouquinho mais tarde, ai foi um benção, eles vieram, organizaram tudo, colocaram luz pra nós graças a Deus, ai que me animei mais ainda, eu falei vamos colocar o telhado, depois passou aquela etapa, eu já queria começar logo o reboco, eu não deixava meu marido descansar”, Maria conta rindo.

Em 6 meses, todos os finais de semana o casal não parou de trabalhar, mesmo sendo cansativo, eles não viam a hora de chegar sábado para ir mexer com a obra. Quando chegou a etapa do telhado, eles tiraram a sexta, sábado e domingo para cobrir.

“Segunda a sexta eu trabalhava animada porque eu não via a hora de chegar sábado pra vim pra minha casa, para poder terminar, entrar para dentro dela, quando começou a pintura e saiu uma reunião liberando para quem quisesse mudar para casa sem o forro, como faltava tão pouco pra mim eu falei para o meu esposo, vamos fazer logo tudo a parte de dentro que daí a gente entra pra dentro e fica tranquilo. Então eu pedi para Juliana (coordenadora de Habitação) se eu podia entrar na casa e terminar a parte de fora depois né, ela liberou, e no dia 10 de agosto finalmente eu me mudei para minha casinha”.

No primeiro dia Maria ficou tão feliz, ansiosa de ter conseguindo realizar o seu sonho que não conseguiu dormir, ficava andando pela casa, não acreditando que finalmente estava na sua casa própria, depois de ter batalhado bastante pra conquistar, só conseguia agradecer a Deus.

A preocupação da moradora não era ser a primeira, mas sim terminar logo para sair do aluguel e economizar. “Eu pagava duas (contas de) luz, duas águas, aluguel, fora as coisas de dentro de casa, por isso meu empenho não foi querer ser a primeira, foi entrar pra dentro do que é meu, eu até achei que iria demorar mais, o meu plano era até o fim do ano estar na minha casa, nosso plano era passar o Natal aqui, e realmente foi dentro de 6 meses nós estávamos aqui, então foi bem antes do imaginado, esse ano minha vida foi uma benção, só tenho que agradecer mesmo a Deus”.

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Nesses dois meses na casa própria, Maria já recebeu várias visitas, até das futuras vizinhas que ficam curiosas para conhecer a casa.

“Sempre vem um porque eles querem ver como que vai ficar a casa depois de pronto, tem aquela curiosidade, eles querem entrar, querem olhar, eu não ligo, eu deixo entrar, porque eu sei como que é aquela a ansiedade, de como será que vai ficar a deles quando tiver pronta, então a pessoa quer vê. Porque quando você olha o projeto assim, só na base, aquela primeira fiada, você pensa será que vai ficar muito pequeno, mas não vai, é uma casa boa, confortável, é um projeto bom, que ajudou gente que nem eu, que estava há mais de 12 anos esperando por isso”.

Agora a moradora não vê a hora dos outros contemplados se mudarem também, quando ela vê que eles estão adiantados, fica feliz, por conta da experiência que viveu, sabe na pele como é estar ansiosa para terminar logo, agora olhando de fora essa experiência ela fica feliz pelos futuros vizinhos.

“Eu amo esse lugarzinho que Deus me deu, mas assim é legal você ter vizinhos também, você quer ver aquela família chegando faceiro, alegre, pra dentro do seu cantinho, acho que todos nós queremos ter um cantinho, então eu estou feliz por eles também”.

Contratos

O programa habitacional Lote Urbanizado teve duas etapas em Sidrolândia, com a assinatura dos contratos em datas distintas. Em ambos os atos participaram o prefeito Dr. Marcelo Ascoli, gestores da Administração Municipal, vereadores e a diretora-presidente da Agência Estadual de Habitação Popular (Agehab), Maria do Carmo Avesani Lopes.

A primeira foi realizada no dia 14 de fevereiro deste ano, contemplando 36 famílias. E a segunda, para mais 15 famílias, ocorreu no dia 2 de maio.

O Programa

De acordo com a Agehab, a parceria para o Projeto Lote Urbanizado é formada a ‘três mãos’: a prefeitura doou o terreno (em Sidrolândia a Prefeitura Municipal através da Secretaria de Infraestrutura ainda fez a terraplenagem), o Governo do Estado criou o projeto e construiu a base da residência (com fundação, instalações hidráulicas e sanitárias, contrapiso e primeira fiada em alvenaria), e a família beneficiária entra com a mão de obra e a compra do material restante. O prazo para a conclusão é de 24 meses contados a partir da assinatura de autorização para execução da obra.   

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