A Escola Municipal Indígena Cacique João Batista Figueiredo, que faz parte da Rede Municipal de Ensino de Sidrolândia, desenvolveu o projeto “Preservando História, Semeando Vida”, voltado aos alunos do 9º ano, com foco na proteção da nascente do Rio Cortado, localizada na Aldeia Tereré.
O projeto “O Rio que Nasce na Minha Aldeia” tem como objetivo pesquisar a história, importância ecológica e impactos das atividades humanas sobre a nascente. Os estudantes realizam observações diretas, entrevistas com moradores e pesquisas complementares online para compreender a evolução do rio ao longo do tempo.
O rio, que nasce dentro da aldeia, possui grande importância histórica e cultural para a comunidade. “Quando os fundadores chegaram aqui, não havia nada. As mulheres indígenas percorriam cerca de um quilômetro até a nascente para lavar roupas e trazer água para outros usos. Por isso, estamos comprometidos em revitalizar a nascente, reflorestando, limpando e conscientizando os alunos e a comunidade sobre sua importância. O rio não é apenas um recurso natural, é uma entidade sagrada, que nos conecta com nossos ancestrais”, explicou a professora Renata Figueiredo.
Com base nos dados coletados, os alunos produzirão apresentações visuais, que podem incluir maquetes, desenhos ou vídeos, para compartilhar os resultados de suas pesquisas e reforçar a importância da preservação da fonte de água.
O projeto também aborda questões ambientais e sociais atuais, como o avanço do agronegócio nas margens do Rio Cortado, o impacto de agentes químicos e a secagem forçada de um açude histórico para fins agrícolas. A iniciativa incentiva a reflexão sobre sustentabilidade, ações conscientes e responsabilidade coletiva frente aos desafios climáticos.
Ao longo de cinco aulas, os estudantes serão divididos em grupos para facilitar a pesquisa de campo, coleta de dados, criação de materiais visuais e apresentação das propostas de preservação. A atividade integra conteúdos de geografia, ciências e história, promovendo a aprendizagem ativa e participativa.
Além da pesquisa, os alunos participarão de ações práticas, como limpeza da nascente, plantio de mudas e arborização, fortalecendo o vínculo com o território e promovendo a conscientização ambiental desde a base escolar.
